segunda-feira, 29 de abril de 2013

Mau Hálito (Halitose)



Queridos amigos hoje falaremos de mau hálito!
Como é frequente essa queixa nos consultórios.

Percebo muitos pacientes perdidos com relação a que profissional procurar, na verdade esse é um problema  que pode ter uma causa ou muitas causas , para te ajudar o otorrinolaringologista é o profissional mais adequado para identificar a real causa do problema e te ajudar neste terrível assunto. Caso seja multifatorial indicaremos a melhor solução.

A halitose pode ser objetiva ( quando outros também percebem o mau cheiro) ou subjetiva quando somente você percebe o cheiro ruim. 

Então vamos lá, o que causa o mau hálito ? Existem mais de 60 causas para a halitose, 90% de causa oral e amigdaliana e 10 % extra -oral, abaixo as principais:

1- Vamos iniciar pela boca , doenças periodentais, cáries, estado de conservação ruim dos dentes;

2- Ainda na boca, limpeza inadequada da língua, chamado de saburra ( quando ficamos muito tempo sem escovar os dentes e sem nos alimentarmos cria-se uma camada esbranquiçada sobre a língua);


3- Muito comum: Presença de cáseos nas amígdalas ( acúmulo de restos alimentares e descamação da própria mucosa nas criptas amigdalianas); amigdalites; 

Os cáseos e a saburra lingual são formados por restos protéicos, alimentares e salivares, células que se descamam da mucosa bucal e bactérias. Estas bactérias se alimentam das proteínas presentes nestes restos protéicos e células descamadas, sendo estas últimas, microscópicos pedacinhos de “carne crua”. Nesse processo de degradação destas células e dos restos protéicos ocorre a liberação de enxofre, em forma de compostos sulfurados voláteis - CSVs – principais gases responsáveis pelo mau hálito, que causam a alteração no odor do hálito.



4-Tumores ou feridas em cavidade oral;

5- Ufa! saindo da boca vamos para região nasal: rinossinusites (acumulo de secreção muco purulenta em seios da face), ferimentos , tumores em cavidade nasal;


6- Refluxo laringo faríngeo, ocorre quando o alimento retorna do estomago para a garganta (laringe) , além de halitose pode provocar dor retroesternal, sensação de bola na garganta e pigarro.

7- Jejum prolongado. (Evite ficar mais de 3h sem ingerir alimento algum ) tome muita água. 

8- E é claro não vamos nos esquecer dos alimentos que provocam odores característicos como alho, piqui e outros.

E o tratamento? Está diretamente relacionado a causa.  Procure seu otorrinolaringologista de confiança , ele poderá ajudá-lo a identificar esse problema e apontar para uma solução. 




Um abraço,
Dra Ângela Rúbia

sexta-feira, 8 de março de 2013

O que é monitorização do nervo?


Durante nossa trajetória na vida cirúrgica pude acompanhar pacientes operados por mim e por outros colegas. 

Uma das piores experiências que se pode vivenciar é acompanhar pacientes com complicações cirúrgicas. Algumas são inevitáveis mas a maioria é evitável.

A paralisia do nervo facial é uma delas .
Ocorre quando no ato cirúrgico o nervo facial é danificado.
Além do treinamento competente do cirurgião, uma das formas mais eficazes de evitar tal agravo e a utilização do monitor do nervo facial.



A monitorização intra operatória do nervo facial se tornou uma realidade e rotinas em centros médicos de excelência.
Este procedimento auxilia o médico cirurgião a proteger o nervo no ato cirúrgico.
É um dever do médico e um direto do paciente ter esse tipo de procedimento em toda cirurgia  que o nervo possa ser lesado.
Evita as terríveis paralisias da face.
As cirurgias em que isso pode acontecer são cirurgias do ouvido (mastoidectomias, retirada de glomus, implante coclear, tumores como neurinoma do acústico) , cirurgias da parótida, da laringe e até mesmo lifting facial.
Este procedimento é coberto pelos convênios médicos.

A Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial recomenda o uso da monitorização intra operatória neurofisiológica em toda cirurgia onde possa haver risco de lesão.

Como funciona:


Os eletrodos são colocados na face e captam sinais elétricos quando ocorre uma contração muscular. 
Ao realizar a monitorização o cirurgião é avisado toda vez que o nervo é irritado por instrumento cirúrgico,  compressão, tração, aquecimento ou menor irrigação sanguínea.

Quanto mais intensas e prolongadas forem as descargas, maior a intensidade do insulto. A ocorrência dessas descargas ajuda o cirurgião a tomar decisões durante a cirurgia, indicando uma mudança na abordagem ou na intensidade de manipulação e dissecção, e assim ajudando a reduzir a risco de lesão nervosa.

Outra utilidade da monitorização é indicar a proximidade do nervo através de uma sonda de estimulação. Com a sonda de estimulação, o cirurgião aplica um estímulo de intensidade controlada na estrutura. Caso se obtenha uma resposta com um estímulo de baixa intensidade (≤0,5mA), isto indica que o nervo está muito próximo à sonda de estimulação.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

OUVIDO DO NADADOR


Nesta época de férias é comum aparecer casos de dores de ouvido após ter mergulhado em rios, piscinas e/ou  mar.

O que temos é  a  otite externa ou ouvido de nadador :  inflamação da orelha externa e do canal auditivo, que  pode ser causada por infecção, alergia ou doença da derme, embora geralmente seja causada por bactérias e fungos.
Os sintomas são de dor , coceira, secreção e ou perda auditiva, piora quando você puxa a orelha para cima ou aperta oa região do tragus.



A otite externa ocorre mais nos meses quentes, quando as pessoas realizam mais atividades na água. Em função disso, nadadores possuem maior chance de terem a inflamação. Até dez por cento das pessoas desenvolvem otite externa alguma vez durante a vida.

Causas:

A perda da cera auditiva é o primeiro passo na causa da otite externa. A inflamação da pele leva à obstrução das estruturas próximas e prurido. A coceira causa mais lesões. Esta sequência de eventos altera a quantidade e qualidade do cerúmen produzido, migração epitelial e o pH do canal auditivo, que é ácido. A orelha escura, alcalina e úmida se torna um ambiente favorável para o desenvolvimento de microorganismos.

A limpeza excessiva ou arranhadura agressiva do canal auditivo não somente remove o cerúmen como também cria escoriações na camada de pele do canal auditivo, permitindo que organismos obtenham acesso ao tecido profundo. A natação também é um fator de risco para a otite externa.
A principal bactéria causadora é a Pseudomonas aeruginosa. O Staphylococcus aureus também é um importante microorganismo causador da otite externa.

Prevenção:

 O ouvido faz sua própria limpeza, por isso não é recomendado usar cotonetes nem objetos para limpeza do ouvido, pois você pode remover a proteção natural ou mesmo agredir mais ainda a pele.
Para pacientes que fazem natação, devem acidificar a pele para prevenir infecção bacteriana. Pode se usar ácido bórico ou salicílico ou acético. Secar bem a orelha com toalha na parte mais externa ou mesmo o secador.
Após sair da água, caso fique com a sensação de água no ouvido e já tenha tentado secá-lo, pode se pingar 2 gotas de álcool, e colocar uma toalha ou flanela  morna na região do ouvido (não tão quente  para não provocar queimadura de pele!).

 O paciente pode utilizar tampões otológicos (para pessoas que nadam) e gotas de álcool (para acelerar a evaporação da água).

O Tratamento é por corticóide, somente gotas, de uso tópico tipo neomicina, polimixina B, clorafenicol e ciprofloxacina com hidrocortisona, sempre receitados por um médico. O antibiótico via oral recomendado é uma quinolona.


 Um grande abraço e curta as férias!! :)


quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Vou viajar de avião! Como posso prevenir a dor de ouvido?

Quando vamos viajar de avião é comum sentir aquela dor de ouvido ou sensação de ouvido cheio ao decolar e mais frequentemente ao aterrisar.
Isso ocorre porque não houve boa equalização de pressão datmosférica entre o ouvido e o meio ambiente.
Torna se mais comum quando estamos resfriados.

Por que isso ocorre?

A tuba auditiva é o segmento do corpo que une a região do ouvido médio com a narina, quando estamos  sem movimentar a boca esta tuba fica fechada por ação passiva, quando mastigamos ou  bocejamos ela se abre e equaliza a pressão atmosférica do ouvido com o ambiente.
Ao aterrisar muito rapidamente essa equalização é prejudicada, situações quando as narinas estão inflamadasdevido a rinites ou resfriados também favorecem essa situação.

O QUE FAZER?

Crianças:

1- Deglutir, dar de mamar, chupar chupeta são medidas que ajudam para os bebês.
2- Pode se usar descongestionantes nasais 30 min antes 1 jato em cada narina e repetir logo antes de decolar ( em crianças abaixo de 2 anos diluir metade do frasco do antidescongestionante com soro fisiológico antes de pingar no nariz).
3-Se os sintomas forem muito intensos usar corticóide oral 1-2h antes do vôo.
4- Acima de 06 anos: pode se usar anti histamínicos , lavagem nasal e descongestionante tópico.

 Se os vôos forem mais prolongados que 12h repetir item anterior.

Adultos:

1- Mastigar, chupar chicletes;
2- Descongestionantes nasais 30 min antes 1 jato em cada narina e repetir logo antes de decolar.
3-Se os sintomas forem muito intensos usar corticóide oral 1-2h antes do vôo.
4- Se caso pregresso de otalgia intensa, pode se  usar anti histamínicos 30 min antes do vôo.

Não esqueça de visitar seu médico otorrinolaringologista  para tirar  dúvidas, saber dosagens e como tomar cada remédio.
Boa viagem e curta as férias!!

OBS: Essas dicas  tiveram contribuição do Simpósio Brasileiro de Otorrinopediatria realizado em Novembro/2011.


segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Minha experiência no HOUSE EAR INSTITUTE




New bone formation in patients with cochlear implants and otosclerosis
Silveira AR, Linthicum FH Jr.
Otol Neurotol. 2011 Dec;32(9):e38.

Esse é o mais novo artigo em que participei quando estive no House Ear Institute ( Los Angeles-  EUA).
Mostra que pacientes submetidos a implante coclear com otosclerose, apesar de terem sua doença em progresso  e terem os danos causados na cóclea pela cirurgia, elas possuem o benefício da audição.

No House pude observar muitas cirurgias otológicas, desde uma timpanoplastia até exerese do neurinoma do acústico ( realizadas diariamente ). Trocar experiências com os grandes cirurgiões desta instituição. Participar  das aulas e cursos alí ministrados. Colocar a mão na massa em cursos promovidos pelos docentes, onde os mesmos participam ativamente conosco. Visitar a fábrica de Implante Coclear pela Advanced Bionics perto de Los Angeles, abriu minha mente para o entendimento deste aparelho com tecnologia e ponta, aproveitamos e fizemos um curso ministrado lá mesmo com ossos temporais humanos e aprendemos a utilizar o sistema do implante.

Trocar experiências com todos novos amigos ali feitos das mais distantes partes do mundo, colegas como Dra Joana e  Dra Teresa de Portugal, Dra Agueda da Espanha, outros colegas da China, da Tailândia , do México.
Meus agradecimentos:
Dr Linthicum, um expert em  micropatologia do ouvido, com centenas de artigos publicados é uma pessoa com carinho excepcional, mostrando atenção a todos que o procuram.
Dr Fayad , excelente cirugião e professor, mostrou-se acessível em todos os momentos.
Dr House que abriu sua casa para nos receber em um belíssimo jantar após o curso de dissecção do osso temporal.
Um carinho muito grande a todos da família House Ear Institute.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Dra estou com a SINUSITE ATACADA, o que fazer?

Muitos pacientes vêm ao meu consultório com a queixa : dra estou com a " sinusite atacada"!
Para esclarecer dúvidas e ajudá-los a entender o correto tratamento sobre esse mal, a tal sinusite, escrevo neste post.

Afinal, o que é a sinusite?

A sinusite, ou melhor rinossinusite, é a inflamação da mucosa nasal e paranasal. Causada por vírus, bactérias ou fungos.
Os seios paranasais são espaços cheios de ar no crânio (atrás da testa, do osso nasal, das bochechas e dos olhos) que são revestidos de membranas mucosas. Normalmente, o muco consegue ser drenado e o ar pode circular.
Quando as aberturas dos seios nasais se bloqueiam ou há muito acúmulo de muco, as bactérias e outros germes podem crescer com mais facilidade.


Por que tenho sinusite toda vez que fico resfriado?

O que ocorre em maior frequencia é um quadro de resfriado se arrastar por longo período, mais de 10 dias , facilitando a infecção bacteriana nos seios paranasais e proprorcionando o acúmulo de muco, como toda a mucosa está inflamada este muco não consegue ser drenado.

Se isso ocorre com frequencia , mais de 4x ao ano ou 3x em 6 meses, você deve investigar fatores que podem proprocionar esta infecção, como alterações anatômicas, entre elas desvio de septo nasal, doenças como pólipos nasais, alterações da imunidade e outros


O importante é procurar um especialista e investigar.

Os sintomas incluem:
  • Mau hálito ou perda do olfato
  • Tosse, muitas vezes pior durante a noite
  • Fadiga e mal-estar generalizado
  • Febre
  • Dor de cabeça – dor como pressão, dor atrás dos olhos, dor de dente ou sensibilidade facial
  • Congestão nasal e secreção
  • Dor de garganta e gotejamento pós-nasal

 
Os sintomas da sinusite crônica são os mesmos que os da sinusite aguda, mas tendem a ser mais suaves e duram mais de 12 semanas.

Nas crianças os sintomas diferem um pouco:
Doenças respiratórias que vêm melhorando e começam a piorar , febre, secreção nasal mais escura, por pelo menos 3 dias , secreção nasal, com ou sem tosse, presente por mais de 10 dias e que não melhora. O mais comum são tosses que pioram durante a noite, quando a criança deita.

Mas afinal tem cura ou não?

Rinossinusite tem cura sim, e este deve ser dirigido de acordo com a causa da doença.

1- o que você pode fazer:
  • Beba muito líquido para diluir o muco
  • Inale vapor de 2 a 4 vezes por dia (por exemplo, sentado no banheiro com o chuveiro ligado)
  • Use spray com solução salina no nariz várias vezes ao dia , ou seja lavar o nariz com soro fisiológico deve ter a mesma rotina de escovar os dentes, deve ser feito TODOS os dias.
  • Use um umidificador
O vasoconstrictor em spray ( aquele que desentope o nariz rapidamente) deve ser usado por no máximo 5 dias, além disso pode trazer maleficios para mucosa nasal, perdendendo seu efeito em longo prazo ou causar perfuração de septo nasal, arritimias cardíacas também podem ocorrer.
  • Evite viajar de avião se estiver congestionado
  • Evite temperaturas extremas, mudanças bruscas de temperatura e curvatura para frente com a cabeça baixa
  • Experimente tomar dipirona, paracetamol ou ibuprofeno
2- Medicamentos e outros tratamentos:

Em geral, não são necessários antibióticos para a sinusite aguda. A maior parte dessas infecções desaparece sozinha. Mesmo quando os antibióticos ajudam, eles podem simplesmente reduzir um pouco o tempo em que você ou seu filho fica doente.
O antibióticos devem ser receitados pelo seu médico.
 Os sprays nasais com corticoides e anti-histamínicos podem ser usados para diminuir o inchaço, principalmente se existirem pólipos nasais ou alergias.

É necessário cirurgia?

Uma cirurgia para limpar e drenar os seios nasais pode ser necessária, principalmente em pacientes cujos sintomas persistam depois de 3 meses apesar do tratamento médico ou em pacientes que tenham mais de dois ou três episódios de sinusite aguda por ano. Um otorrinolaringologista pode realizar essa cirurgia.
A maioria das infecções fúngicas nos seios nasais requer cirurgia. A correção cirúrgica do desvio de septo ou de pólipos nasais pode prevenir a reincidência da doença.

Procure o seu médico nas seguintes situações:
  • Os sintomas persistirem  ou piorarem mesmo após tratamento com antibióticos por 24-48h;
  • Tiver uma dor de cabeça severa  que não pode ser aliviada com analgésicos de venda livre;
  • Tiver alterações na visão durante uma infecção dos seios nasais ou vomitos importantes.
Uma secreção nasal verde ou amarela não necessariamente indica uma infecção nos seios nem necessita de antibióticos.

Como prevenir?

Coma muitas frutas e vegetais, que são ricos em vitaminas e antioxidantes e outros químicos que podem estimular seu sistema imunológico e ajudar seu corpo a resistir à infecção ;
Tome a vacina contra a gripe todos os anos;
Reduza o estresse;
Lave suas mãos frequentemente, especialmente depois de apertar a mão de outras pessoas;
Evite fumaça e poluição;
Beba muito líquido para aumentar a hidratação do corpo;
Trate as alergias rápida e adequadamente;
Use um umidificador para aumentar a hidratação do nariz e dos seios nasais .
Lave o nariz com soro fisiologico abundantemente

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

DRA. LABIRINTITE TEM CURA?


Acredito que a tontura é uma das principais causas de consultas médicas ao otorrinolaringologista. Percebo no consultório muitas dúvidas dos pacientes relacionado a este termo. Vamos ajudá-lo  a entender melhor o que é "labirintite" , sintomas, causas e tratamento.

O termo "labirintite"  apesar de frequente não é o mais correto, pois diz respeito a uma infecção do labirinto, seja viral ou bacteriano. Quando usamos o termo "tontura" fica mais correto pois este é um sintoma e iremos descobrir suas causas e fatores de influência.

Nosso ouvido possui dois componentes distintos : a cóclea, responsavel pela audição e o vestíbulo, responsável pelo equilibrio. Juntos, cóclea e vestíbulo formam o labirinto. O comprometimento desses componentes, individual ou separadamente, vai provocar sintomas como tonturas, desequilíbrio, surdez ou zumbido.



Quais são as causas de tontura?

São vários os fatores que podem contribuir para a tontura do paciente.
  • Como nosso ouvido consome muita energia uma causa frequente de mal estar, tontura e desequilíbrio é o jejum prolongado.
  • São outros fatores alteração de pressão atmosférica, seja mergulhando , em aviões ou subida e descida de serras.
  • Alterações metabólicas como diabetes, colesterol alto, doenças da glândula tireóide, doenças vasculares como pressão alta e arteriosclerose (entupimento das artérias por gordura);
  • Associação com enxaquecas e doenças neurovasculares podem ocorrer com certa frequência;
  • Doenças que afetem a coluna por oclusão da artéria vertebro - basilar e distúrbio da articulação tempo-mandibular;
  • Alguns medicamentos ototóxicos (antibióticos aminoglicosídeos e alguns antiinflamatórios);
  • Exposição excessiva a ambiente ruidoso;
  • Doenças próprias do ouvido como rolha de cera, otites agudas ou crônicas, doenças no nariz e garganta.
  • Alteração do próprio sistema labirintico, mais comuns em crianças que tem enjoos ao viajar , possuem cinetose.
Qual o tratamento para essa tontura?

O tratamento é individualizado e visa eliminar ou atenuar o fator que cause a tontura. descobrindo a causa fica mais fácil, porém nem sempre isso é possível.
As principais modalidades de tratamento são atuando no sintomas, na causa e reabilitando o paciente.


  • Tratamento dos sintomas: É usado sedativos que tiram o paciente da crise, repouso em alguns casos é nescessário. Lembre-se que alguns medicamentos tem efeitos colaterais importantes a longo prazo. Tenho pacientes que ao chegarem na primeira consulta  estavam tomando antivertiginosos por anos ( são efeitos colaterais de alguns medicamentos perda da memória, glaucoma, parkinson). Por isso é imprecindível o acompanhamento do especialista.
  • Tratamento da causa: É o que todos devemos procurar. Se tratarmos só os sintomas a melhora pode ser temporária.
  • Reabilitação: São exercícios específicos para melhorar o equilíbrio, pode ser realizado em qualquer idade e tem grande eficácia na tontura do idoso.



Orientações para prevenção da tontura:

1- Coma regularmente de 3/3h, nosso ouvido é extremamente sensível a queda e altas de glicose e sais, por isso não podemos ficar muits horas sem nos alimentarmos, mas também não é saudável abusar dos doces.

2- Faça exercícios físicos regularmente: Assim você melhora a sua saúde de forma global, melhora a oxigenação dos mais pequeninos vasos sanguíneos, inclusive da audição e equilíbrio.

3-Tenha uma dieta rica em frutas, verduras e grãos. As castanhas por exemplo são fontes ricas em zinco, importante componente do ouvido interno. Tome muita água. As pessoas esquecem da beber água e só o fazem quando estão com sede. Sede significa primeiro alerta da desidratação, então não espere ter sede para beber água.



4- SORRIA. O estress e a ansiedade contribuem em muito para piorar o quadro de tontura e zumbidos. Por isso relax!!




Um  grande abraço,
Dra Ângela Rúbia










segunda-feira, 1 de agosto de 2011

OUVIDO BIÔNICO "IMPLANTE COCLEAR"

O que é o ouvido biônico ?

Essa pergunta muitos pacientes tem feito ao procurar ajuda relacionada a perda auditiva. Hoje existem mais de 100.000 pacientes implantados em todo o mundo.

Por isso postarei aqui as perguntas e respostas mais frequentes. Minha experiência quando fui residente e fellow  na UNICAMP mostrou a alegria de muitos pacientes ao voltar ao ouvir, pessoas que tinham perdido a esperança de ter sua audição de volta. Também pude presenciar dezenas de crianças qua nasceram sem audição nenhuma e ao serem submetidas a cirurgia começaram a falar as primeiras palavras entre 6 m a 1 ano de pós operatório.
Cada paciente tem sua evolução muito particular. E a experiência de participar com cada uma delas é insubstituível.
Então vamos lá.


A- O que é o Implante Coclear?


O implante coclear consiste em um aparelho auditivo que difere dos outros por ser introduzido cirurgicamente no paciente e com particularidades em sua tecnologia.
Veja a figura abaixo.




1- Antena e Processador de som externo  : Capta o som externo e converte em sinal digital ;
2- Componente interno: Capta o som digital e envia aos eletrodos;
3- Eletrodos: Sítuado dentro da cóclea transforma o sinal digital em sinal elétrico para o nervo auditvo;
4: Nervo Auditivo: Os eletrodos estimulam o nervo auditvo diretamente, sem utilizar as células ciliares danificadas, então o cérebro percebe os sinais do som.

B- Quem pode receber este tipo de aparelho?

Qualquer pessoa que tenha perda auditiva de severa a profunda e não obteve benefícios com o uso do aparelho convencional. Os resultados são diferentes de acordo com o tipo de perda auditiva e o tempo em que permaneceu com a perda.
Os pacientes que mais se beneficiam são aqueles que já se comunicavam oralmente, ouviam e perderam a audição, exemplo como complicações pós meningites, otoscleroses avançada, uso de antibióticos ototóxicos, traumas cranianos entre outros.
As crianças que nasceram  com surdez e são implantadas até 4-5 anos também tem excelentes resultados.
Adultos que nunca falaram e nunca ouviram tem resultados mais limitados,  como eu disse, a evolução é muito particular e envolve muitos fatores.

C- Qual é o profissional que pode fazer esta cirurgia?

O otorrinolaringologista que esteja capacitado, tenha observado e participado desta cirurgia. Porém a equipe não se limita ao médico. São imprecindíveis a reabilitação fonoaudiológica, acompanhamento psicológico, da assistente social e outros de acordo com cada caso. 

D- O SUS realiza este tipo de cirurgia?

Sim. Porém deve-se preencher alguns critérios como ter perda auditiva bilateral de severa a profunda, adultos que ouviam e  perderam a audição e crianças até 6 anos que nasceram com a perda auditiva, casos de pacientes que nunca ouviram mas tem comunicação oral também podem ser implantados, estes critérios são semelhantes para pacientes de convênios, outros casos podem ser realizados pelo sistema particular.


Para a cirurgia ser realizada deve-se ter em mente que muitos outros exames serão feitos como tomografia computadorizada , ressonância magnética e uma bateria de testes fonoaudiológicos. Os pais ou cuidadores são imprecíndíveis porque sem o apoio familiar e esforço conjunto todo o processo cirúrgico pode ser em vão.

E- A recuperação é muito difícil?

Não. Ao sair da cirurgia o paciente fica com uma faixa em volto da orelha, que é retirada no dia seguinte, quando já recebe a alta. O retorno é feito em uma semana para retirada de pontos, em alguns pacientes os pontos são internos e não há necessidade de retirá-los. Após um mês é feita a ativação do aparelho e inicia-se o processo de reabilitação. O paciente deve se acostumar com os sons e começar a identificá-los.

F- O som que o paciente implantado ouve é igual ao normal?

Não. Muitos pacientes relatam que o som é diferente mas com os aparelhos mais modernos essa diferença está ficando cada vez menor.

Este vídeo foi realizado no centro cirúrgico da UNICAMP pela equipe do Caco Barcelos "Profissão Repórter" e acabou sendo mostrado pelo Mais Você. Ajuda a entender melhor o implante coclear.




Queridos amigos e pacientes um grande abraço e qualquer dúvida é só entrar em contato, bjs!!



Um abraço especial aos professores da Unicamp que nos ensinaram a arte da cirugia otológica, em especial nosso querido dr Paulo Porto. 




domingo, 24 de julho de 2011

TESTE DA ORELHINHA

Todos sabemos a importância de diagnosticar cada vez mais precocemente as perdas auditivas, pois quanto mais cedo atuarmos maiores as chances de melhora auditiva.

Ainda dentro do útero, a audição do ser humano já se encontra em atividade.
A partir da vigésima semana de vida intra-uterina, o feto tem uma capacidade auditiva igual a qualquer criança ou adulto normal. O feto se familiariza com alguns sons ambientais e, principalmente, com a voz da mãe, o que lhe servirá de referência e segurança após o nascimento (GOERINGER, 1998; BELLMANS, 1997)

O ouvido externo, médio e interno estão essencialmente desenvolvidos ao nascimento.

Abaixo fisiologia da audição:




O nervo auditivo e as vias auditivas periféricas e centrais apresentam um período crítico de desenvolvimento do nascimento até os dois anos (GROSE, 1998). Nesse período, pode haver um grande número de fatores que interferirão no desenvolvimento das vias auditivas.

 Indicadores de risco para a surdez segundo o Join Committee on Infant Hearing (1994):

• história familiar de deficiência auditiva congênita;
• infecções congênitas: sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e herpes;
• anomalias crânio-faciais, incluindo as alterações morfológicas de pavilhão auricular e conduto auditivo enxterno;
• peso ao nascimento menos que 1500g;
• hiperbilirrubinemia a nível de exsanguíneo transfusão;
• medicação ototóxica, incluindo mas não limitando-se aos aminoglicosídeos, utilizada ou não em associação aos diuréticos;
• meningite bacteriana;
• boletim Apgar de 0-4 no 1º minuto ou 0-6 no 5º minuto;
• ventilação mecânica por período maior que cinco dias;
• síndromes associadas à deficiência auditiva condutiva ou neurossensorial.

A audição é fundamental para a aquisição e desenvolvimento da fala e da linguagem. Estudos comprovam que a detecção de alterações auditivas e a intervenção inicada até os seis meses de idade garantem à criança o desenvolvimento social, comparável ao de crianças ouvintes da mesma faixa etária.

Seguindo as orientações internacionais, sugere-se que a triagem auditiva neonatal seja realizada com métodos objetivos de avaliação para garantir a eficácia do programa. Para isso, aconselha-se a utilização do exame de Emissões Otoacústicas Evocadas (EOA) ou da Audiometria de Tronco Cerebral.

 Essa atividade biomecânica de contração da célula ciliada externa produz som. E, foi no início dos anos oitenta que um pesquisador inglês, David Kemp, demonstrou que a cóclea emite ondas sonoras em direção ao ouvido externo quando estimulada por alguma fonte sonora. Essas emissões sonoras podem ser captadas por um microfone acoplado a uma sonda e colocado no conduto auditivo externo. As emissões avaliam a integridade coclear.

Cientificamente conhecido como Emissão Otoacústica e, popularmente chamado de "Teste da Orelhinha", em comparação ao famoso "Teste do Pezinho", é o mais recente método para a avaliação auditiva em recém-nascidos.

   As EOA mais utilizadas são:

1. EOA Evocadas Transientes: são aquelas que ocorrem após estímulo do ouvido utilizando-se um ruído do tipo clique.
2. EOA Produto de Distorção: avalia-se a função coclear analisando-se separadamente cada área da cóclea, uma vez que se sabe que cada região da cóclea é responsável por captar um tipo de freqüência sonora, propriedade denominada de tonotopia.

   O exame é objetivo, rápido, não dói, não há necessidade de uso de sedativos e não apresenta contra-indicações. Uma sonda é colocada no ouvido do bebê e o equipamento emite ondas sonoras que são detectadas pelo microfone da sonda. O processador separa as emissões cocleares dos ruídos (respiração, batimento cardíaco). O resultado é emitido na mesma hora.

   Aplicações clínicas principais:

1. Triagens auditivas neonatais e escolares;
2. Monitoramento auditivo em pacientes que fazem uso de medicação ototóxicas (aminoglicosídeos, vancomicina, furosemida, etc);
3. Diagnóstico diferencial de patologias auditivas;
4. Avaliação auditiva de deficientes mentais e pacientes com respostas inconsistentes à avaliação convencional.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Saúde de um BOM SONO

Tenho observado a procura crescente em meu consultório de pacientes a respeito do ronco e apnéia. A SAOS (Sindrome da Apnéia Obstrutiva do Sono) é uma doença que aflige milhares de pessoas levando a agravar sua saúde física, mental e social. Já cheguei até ouvi histórias de pacientes que se separaram do cônjuge porque não suportavam o ronco.
 Este distúrbio faz com que a pessoa muito mais do que atrapalhar o companheiro de quarto,  tenha sua saúde prejudicada, pois nos momentos em que ocorre a parada respiratória o nível de oxigênio cai no sangue levando a um stress para todo o corpo como aumento da pressão sanguínea, cansaço físico, má disposição durante o dia, problemas de atenção e memória. Além do maior número de acidentes.

O tratamento é multidisciplinar e exige muita participação do paciente. Pois requer além da orientação médica, mudanças de comportamento como alimentação noturna leve, redução do peso, ambiente para dormir calmo sem barulhos ou agitos. Alguns pacientes de beneficiam de cirurgias ou até mesmo o uso do de aparelhos que fornecem oxigênio durante a noite. O tratamento lembrando é individualizado.


Aqui vai um vídeo muito interessante que poderá ajudá-lo a entender melhor porque ocorrem o ronco e a apnéia durante o sono. Ele dura cerca de 10 minnutos e está em inglês, mas para aqueles que não são experts na lingua inglesa as imagens também são muito interessantes.